Opinião: Final de Ahsoka é MUITO RUIM e só me fez passar raiva

Crítica do final de Ahsoka: eu até estava gostando da série, mas episódio 8 foi muito ruim
(Foto: Disney+)

Parece que o Disney+ resolveu criar um padrão para as suas séries: Fazer um final ruim. E infelizmente, Ahsoka foi mais uma vítima disso. O episódio 8 foi o capítulo mais anticlimático de todo o Universo Star Wars, conseguindo ser pior que o último filme da saga, A Ascensão Skywalker, isso porque a sequência de longas já não prometia muita coisa, já Ahsoka prometeu grandiosas galáxias, e entregou um planetinha desabitado.

O episódio 8 demorou a engrenar, se tratando de uma conclusão da temporada. Tivemos uma iniciação de Morgan (Diana Lee Inosanto) nas Irmãs da Noite, o que foi em vão, já que ela morreria logo em seguida; tivemos uma reunião familiar com Ezra (Eman Esfaldi) e Huyang (David Tennant) e posteriormente com Sabine (Natasha Liu Bordizzo) e Ahsoka (Rosario Dawson), sendo que o universo todo estava em perigo e a última coisa que eles deveriam fazer era sentar e lavar a roupa suja.

Ahsoka e Sabine resolveram suas desavenças, construídas até antes do primeiro episódio, em questão de segundos, no que seria uma das saídas preguiçosas do roteiro desse final (ainda teremos outras, aguarde).

Quando o episódio finalmente resolve andar, a esperança se renova.

Vemos o trio enfrentando troopers que são derrotados e, com a magia das Irmãs da Noite, transformados em zumbis para novamente dar trabalho aos heróis. Mas a esperança vai por água abaixo assim que Ahsoka encontra Morgan. Huyang avisou que eles precisavam ficar juntos, mas não, Ahsoka bateu no peito e praticamente falou: “deixa com a mãe aqui”, e o resultado foi catastrófico.

Nossa protagonista tomou uma surra de Morgan e dos troopers zumbis, o que não faz sentido algum, visto que Ahsoka é uma das melhores lutadoras da galáxia, já botou Darth Maul para correr e enfrentou de igual para igual ninguém menos que Darth Vader.

Sabine e Ezra brigaram com uma outra categoria de troopers zumbis, e meu maior medo se tornou realidade: Sabine consegue, com a força, puxar o sabre de luz para si e matar o zumbi, da mesma forma que Rey o fez em Os Últimos Jedi.

Coincidência ou homenagem?

Sabine ter esse domínio da força do nada é mais uma opção preguiçosa do roteiro, que citei lá em cima. E o domínio e segurança da força veio de tal forma que Sabine conseguiu manipular não só o sabre, mas também Ezra, fazendo com que ele alcançasse a nave do Almirante Thrawn (Lars Mikkelsen), que estava prestes a fugir. Nesse momento eu também quase consegui sentir a força para, mesmo distante, desligar a televisão e fazer qualquer outra coisa, mas só consegui sentir raiva mesmo.

Thrawn volta para a galáxia principal de Star Wars, levando Ezra de carona, e quando pensamos que Ezra novamente enfrentaria o herdeiro do Império, repetindo a luta final de Rebels, nosso querido Jedi simplesmente se esconde e volta para debaixo da saia de Hera (Mary Elizabeth Winstead). Ou seja, todo o sacrifício de Ezra na animação foi em vão e tudo foi jogado fora sem dó por Dave Filoni (o showrunner de Ahsoka).

A maior vilã da série Ahsoka não foi Baylan (Ray Stevenson) ou Thrawn. Foi a própria Ahsoka Tano.

Depois de anos perseguindo o Grão Almirante, e ver que ele conseguiu escapar, Ahsoka, que agora está presa no planeta Peridea, vai lá e diz para Sabine: “Nós estamos bem onde deveríamos estar”. O quê? Qual o sentido disso?

O último episódio da temporada um de Ahsoka esteve mais para um primeiro episódio da série, deixando muitas perguntas em aberto. Lógico que um final de temporada usa desse artifício, para segurar os fãs até o próximo arco, mas Ahsoka não resolveu nada nessa primeira parte.

Não descobrimos coisa alguma sobre Enoch (Wes Chatham) nem os segredos de Baylan (e com o ator morto precocemente, a Disney terá um problemão para resolver a história dele, mesmo escalando outro ator para isso) e muito menos tivemos um embate entre Ahsoka e Thrawn.

Segunda temporada de Ahsoka?

A empresa do Mickey já havia avisado que Filoni produziria um filme da franquia, e todas essas respostas podem vir nesse longa ou até na segunda parte de Ahsoka, mas até que ponto é vantajoso e honesto com o telespectador picotar uma história em diversas obras, assim como a Marvel fez por anos (e ultimamente, de forma nítida, vem perdendo força)?

Breno Piero
Jornalista, roteirista, escritor e viajante do tempo. Sente constantemente a perturbação da força. É contra remakes, mas pode ser convencido do contrário lá no Insta @brenopiero.