Chapada dos Veadeiros em 4 dias: roteiro personalizado feito por especialistas

A Chapada dos Veadeiros (GO) é um dos destinos mais encantadores do Brasil. Com trilhas de extensão e nível de dificuldade variados, que dão acesso a cachoeiras incríveis e paisagens de cair o queixo, a região ainda conta com uma culinária deliciosa, povo acolhedor, cultura efervescente e diversão noturna.

Para chegar, o ideal é alugar um carro a partir do aeroporto de Brasília, a 2 horas de distância de lá. Mas, se a grana estiver curta, dá pra ir de ônibus e contar com caronas na Chapada – há uma forte cultura caroneira por lá, porém é importante saber que essa opção também gasta mais tempo de traslado.

O justo mesmo seria passar uns 20 dias na Chapada dos Veadeiros. Mas, como a gente sabe que o tempo é curto, preparamos esse roteiro de 4 dias, que contempla um bom overview do destino – assim, dá pra aproveitar o próximo feriado e se jogar! Vambora?

 

DIA 1

CACHOEIRA DE SANTA BÁRBARA


Na primeira noite, a gente sugere se hospedar em Cavalcante para conhecer a Cachoeira de Santa Bárbara, uma das mais lindas da Chapada: embrenhada no meio da mata, sua queda dá um poço de água verde/azul transparente, formando um cenário paradisíaco. Na alta temporada, a cachoeira tende a ficar mais cheio, e o melhor horário é ao meio-dia, quando o sol bate ali. Portanto, o jeito é chegar bem cedo, para garantir a entrada (há limite de visitação).

O primeiro trecho da trilha é feito de carro, por cerca de 1km, até onde os carros sem tração conseguem chegar. Daí em diante, tem dois jeitos: seguir a pé (5km) ou de pau de arara (R$ 5 por pessoa). Nossa sugestão é a segunda opção, apesar de ser paga, pois o trajeto não demais e é descoberto, portanto bem quente. A primeira parada será a Santa Bárbara e, de lá para Capivara, o acesso é por uma trilha curta (600m), mas bem acidentada – parte são pedras e degraus; descida na ida e subida na volta.

Para fechar o dia, dá pra experimentar o almoço que é servido na comunidade por R$ 25,00. Aproveite para bater um papo com os locais. O almoço precisa ser reservado na chegada, antes de começar a trilha.

VALE DAS ARARAS


Se o dia em Santa Bárbara terminar cedo, sugerimos conhecer o Vale das Araras, uma reserva particular e pousada em Cavalcante que possui uma trilha fácil, de 30 minutos, cujo objetivo final é a Cachoeira São Bartolomeu, com um poço relativamente grande e bom pra banho, além das quedas que foram uma espécie de hidromassagem natural. Na trilha há ainda pequenos lagos e quedas onde é possível nadar e se refrescar. Para coroar, a pousada adota práticas de sustentabilidade que lhe garantiram o prêmio “O melhor de Viagem e Turismo” na categoria Inovação em 2015.

É preciso reservar pelo menos 1 dia antes: (62) 9.9665.4447,contato@valedasararas.com.br ou no Facebook. A Pousada fica um pouco depois de Teresina de Goiás, indo para Cavalcante, e há sinalização na estrada. Dali, sugerimos mudar a base para Alto Paraíso de Goiás ou São Jorge, cidadezinhas dos pontos de interesse indicados nos demais dias.

DIA 2

CACHOEIRA DOS MACAQUINHOS


Um complexo com cerca de 10 cachoeiras de água verde esmeralda impressionante, sua trilha não é circular, então dá para escolher “até onde ir” na trilha, parando em diversas cachoeiras no caminho para descansar. No total, são 4km ida e volta, porém de dificuldade média – há alguns trechos bem íngremes, mas que dá para evitar. As cachoeiras têm diversos tamanhos e formatos: algumas são quedas imensas e lindíssimas (mas muito fortes), outras são formadas por diversas quedas diferentes, há uma de nudismo, outra com uma pedra de 10m de altura onde dá pra saltar. São elas:

– Banho dos Macacos – primeira e mais acessível; pedras escorregadias
– Poço Sereno – mais calma, com poço enorme, é boa também para fazer snorkel
– Cachoeira da Lunna – das menos “diferentes”, tem duas quedas e um poço médio
– Pedra Furada – de observação, a cachoeira passa por pedras furadas num visual incrível
– Banho Pelado – a cachoeira de nudismo, tem acesso difícil, com degraus imensos
– Poção do Jaracuçu – enorme poço ótimo para banho
– Poço do Jump – onde pode-se saltar de 10m de altura – vale dizer, que tudo o que vai, volta, e a subida é íngreme
– Caverna – com uma queda gigante, tem uma gruta e é boa para banho
– Encontro – com duas quedas enormes – as maiores do complexo -, é encantadora!


A entrada dos Macaquinhos é paga (cerca de R$ 20,00 por pessoa), e as trilhas são muito bem sinalizadas, não sendo necessária a contratação de guia.

O acesso para a cachoeira fica na GO-118 no sentido de Brasília. Da estrada, pega-se uma estradinha de terra (sinalizada) de 28km. O final do trecho é bem difícil, cheio de buracos e com ladeiras íngremes, mas um carro comum (marcha manual) passa, na base da paciência. O trajeto de Alto Paraíso até a entrada oficial do complexo leva em média 1h30.

Ah, é importante dizer que há portões de fazendas ao longo da estrada onde é preciso parar o carro, descer, abrir e fechar novamente, e esses portões nem sempre são muito visíveis, então é legal ficar atento e andar sem muita pressa para não perder essa visão.

DIA 3

SEGREDO


A Cachoeira do Segredo é enorme, com mais de 100m de altura, e cai num poço de água azul escuro que é um encanto! A trilha para chegar lá varia de tamanho de acordo com a época. No trajeto, é preciso atravessar alguns rios, e tem-se visuais deslumbrantes e algumas piscinas naturais.

A história da cachoeira é bem legal: nos anos 40, garimpeiros de cristal trabalhavam na Serra do Cristal, próximo dali, mas 2 garimpeiros iam no sentido oposto, nunca desvendando onde eles buscavam os cristais. Era “segredo”. Foi daí que surgiu o nome da cachoeira!

É possível contratar o guia na entrada da Cachoeira, ou entrar em contato com a Operadora Segredo para reservar o guia com antecedência:operadorasegredo@hotmail.com, (62) 3455.1040, (62) 8244.9878.

Para chegar, pegue a GO-239 em direção a São Jorge – passando São Jorge, são mais 13km de estrada até a entrada do Segredo, que estará à esquerda e sinalizada.

FAZENDA SÃO BENTO


Depois de Segredo, é hora de conhecer a Fazenda São Bento para visitar as 3 cachoeiras da propriedade: Almécegas I e II e São Bento. R$20,00 por pessoa. As 3 cachoeiras têm trilhas pequenas e sem grande dificuldade. Para chegar na Almécegas I, a mais difícil e impressionante delas, são 3km de trilha (ida e volta), porém a trilha apresenta muitos degraus e é íngreme, então vale avaliar antes de percorrer.

Chegando no destino, encontra-se um poço relativamente grande de água verde escura, com um paredão de quedas dágua lindo. No caminho há um mirante que vale a parada. Na volta pela trilha, ainda dá para pegar um segundo acesso, que vai às Piscinas da Almécegas I, no topo da cachoeira – além de uma vista super legal, é uma delícia ficar ali tomando um banho e se refrescando de papo pro ar!

A Almécegas II já é bem mais fácil, com apenas 600m ida e volta, que dá acesso a uma cachoeira com diversas pedras embaixo (ótimas para uma “hidromassagem natural”, para meditar, para relaxar) e um poço bom para banho. Já a São Bento tem apenas 400m ida e volta, e o destino é um poço enorme com uma cachoeira de queda única no fundo. Para chegar à queda, é preciso atravessar o poço a nado, o que é um pouco cansativo, mas vale a pena.

DIA 4

ABISMO E JANELA // POÇO ENCANTADO E VALE DA LUA

Para o 4º dia, temos duas sugestões:


– Se for época de cheia (outubro e abril), sugerimos fazer o combo Cachoeira do Abismo +Mirante da Janela. Para ir até o primeiro ponto, do Abismo, a trilha é relativamente tranquila e fácil, com pouco desnível. Chegando lá, encontra-se um poço gostoso para banho e relaxar. A segunda parte, porém, que vai do Abismo até a Janela, é bem puxada, cheia de subidas íngremes por pedras, e não é recomendada para quem tem problemas nos joelhos. O trajeto total é de 16km ida e volta, mas compensa: lá do alto, o visual das quedas dágua é de tirar o fôlego! Recomendamos contratar guia.

*Na época de seca (maio a setembro), a Cachoeira do Abismo estará sem água, e a vista das quedas a partir da Janela não compensará tanto – mas, se tiver amor por trilha, vale encarar mesmo assim – o visual não deixa de ser impressionante! 🙂


Já para quem não quer encarar a trilha, vale ir ao Poço Encantado, que fica a 56km de Alto Paraíso e tem acesso fácil, pela GO-118 em direção a Cavalcante. Há sinalização na estrada para chegar à Pousada Fazenda Poço Encantado, que abriga a cachoeira. Além da beleza natural da cachoeira de água cristalinas, o legal é que ela tem um poço grande (que, mesmo cheio, é mais agradável) com uma praia de areia branca ótima para passar o dia. À tarde, a pedida é ir ao Vale da Lua, com formações rochosas impressionantes que lembram as crateras da Lua. Lá também há cachoeiras e poço para refrescar e relaxar, e a trilha é fácil e bem sinalizada.

SOBRE OS AUTORES

Somos o Rapha e a Manu, e foi da nossa paixão por viagens, da nossa crença de que é possível apostar em um modelo de vida e trabalho diferentes do tradicional (construída com a valiosa ajuda de tantos viajantes que compartilham suas aventuras por aí) e da nossa vontade de proporcionar a outras pessoas a oportunidade de viver histórias incríveis, que nasceu Plot: uma consultoria de planejamento de viagem para ajudar a planejar viagens e montar roteiros de viagem e, também, um espaço pra unir histórias de viagens que inspirem, divirtam, emocionem e, principalmente, façam você querer começar logo seu próximo planejamento de viagem.

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Redação
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