Corpo em Chamas real: O passado de Rosa Peral, López e Pedro Rodríguez
Corpo em Chamas, uma das séries mais vistas da Netflix nesta semana, dramatiza a história real de Rosa Peral (intepretada por Úrsula Corberó), Albert López (Quim Gutiérrez) e Pedro Rodríguez (José Manuel Poga). Apenas estes três policiais da Guarda Urbana de Barcelona tiveram os seus nomes verdadeiros mantidos na produção. Os realizadores de Corpo em Chamas acharam melhor não expor ainda mais quem estava ao redor.
Vamos explicar um pouco da relação dos três, além de trazer outros dois personagens à história: o ex-marido de Rosa, o também policial Rúben, e o vizinho dela, Manuel.
Os relatos abaixo foram encontrados em veículos de imprensa da Espanha, como HuffPost, El Periodico, El País e El Español. A mídia do país acompanhou de perto o caso entre 2017, quando o crime aconteceu, e 2020, ano do julgamento que condenou Rosa a 25 anos de prisão (pena máxima por agravamento de parentesco) e Albert, que pegou 20 anos de cadeia.
Os dois atualmente cumprem a pena enjaulados; eles foram considerados culpados pelo assassinato de Pedro Rodríguez. Além da série Corpo em Chamas, também dá para saber mais sobre a história no documentário O CASO ROSA PERAL (Las Cintas de Rosa Peral), também disponível para assistir na Netflix.
Os relacionamentos de Rosa Peral
- Rosa Peral é mãe de duas filhas, fruto de seu primeiro casamento, com Rubén.
- Rubén e Rosa estão divorciados desde 2016.
- Albert López e Rosa Peral se conheceram em 2012 e foram amantes até ela se divorciar de Rubén, em 2016.
- Também em 2016, Rosa e Pedro Rodríguez começaram o relacionamento.
- Pedro Rodríguez tinha muito ciúme de Rosa: tanto da relação dela com Rubén, o ex e pai das filhas, quanto com Albert, o ex-amante.
Durante o início da relação de Rosa e Pedro, Albert ficou um tempo sem se relacionar com Rosa. No entanto, ele e a guarda voltaram a se aproximar. Afinal, os dois tinham uma relação antiga e chegaram a trabalhar como parceiros na Guarda Municipal de Barcelona.
Apesar do ciúme de Pedro Rodríguez, Rosa tinha um caso não apenas com Albert, mas também com o vizinho, Manuel. Análises no celular de Rosa indicaram ainda que a relação com Rubén não tinha terminado totalmente.
Em depoimento ao Ministério Público da Espanha, o vizinho Manuel revelou que teve encontros sexuais com ela e afirmou que, de vez em quando, trocavam nudes. Embora já não fizessem isso havia muito tempo, no dia seguinte à morte de Pedro, Rosa fez de novo.
O passado de Rosa, Albert e Pedro na Guarda
Em 19 de maio de 2017, poucas semanas após o crime, uma longa reportagem do El País trouxe à tona problemas que Rosa, Albert e Pedro tinham enfrentado na Guarda Municipal de Barcelona no passado.
Segundo a matéria, a Prefeitura de Barcelona já havia aplicado uma suspensão a Pedro Rodríguez depois de ele ter agredido fisicamente um motorista que passou por uma verificação na estrada em 2016.
Já Rosa Peral, no passado, relatou que um ex-namorado – também da polícia local, mas não envolvido no caso de assassinato – a havia submetido a uma “vingança pornográfica” ao enviar uma fotografia sexualmente explícita dela depois de um término.
Albert López tinha sido condenado por agredir um vendedor ambulante. Ele e Rosa Peral trabalharam como parceiros de viatura da Unidade de Apoio Diurno, que tem entre suas atribuições a repressão aos vendedores ambulantes ilegais. Em agosto de 2014, um desses vendedores ambulantes caiu num barranco e morreu durante a ronda. Peral sofreu ferimentos no pescoço. O caso foi arquivado.
O crime
Antes do corpo de Pedro Rodríguez ser encontrado e a polícia ligar os pontos do assassinato, Rosa e Albert tentaram viver normalmente. No dia seguinte ao desaparecimento de Rodríguez, chegaram juntos para um almoço com outros colegas da unidade. Alguns ficaram surpresos ao vê-los bem. Corria o boato de que os dois tinham formado um casal no passado e que as coisas não haviam terminado da melhor forma.
Rosa Peral ainda compareceu a uma pequena homenagem organizada pelos colegas no local onde foi encontrado o carro queimado e perguntou retoricamente: “O que você estava fazendo aqui, Pedro?”.
Os amigos de Rodríguez ficaram em estado de choque quando a polícia ligou Rosa e Albert ao assassinato. “Ele [Pedro] estava profundamente apaixonado”, disse um deles. O status do guarda morto no WhatsApp parecia confirmar isso: “Depois da tempestade vem a calmaria. Eu amo você, Princesa!”.
Por que Rosa e Albert mataram Pedro?
Durante o julgamento, que aconteceu em 2020, Rosa e Albert deram versões diferentes sobre o assassinato. Ela disse que o amante havia matado o homem por causa de ciúme. Ele, porém, afirmou que Rosa tinha cometido o crime após ter sido espancada por Pedro Rodríguez.
Mas a Justiça não entendeu assim…
A sentença indica que Peral e López retomaram uma “reaproximação sentimental” entre março e abril de 2017, enquanto ela ainda mantinha um relacionamento com Rodríguez.
Os ex-amantes consideravam a vítima um obstáculo e planejaram a sua morte, que ocorreu, segundo a decisão judicial, “de forma voluntária e consciente por ambos”, na madrugada do dia 2 de maio.
“Estamos perante uma agressão e a causa intencional da morte da vítima, embora não tenha sido possível determinar a causa específica, confirmada pelos médicos legistas, e não o que aconteceu antes do incêndio do carro que continha o cadáver. Houve uma agressão à vítima, mas que ocorreu entre 3h e 6h do dia 2 de maio de 2017”, afirmou a sentença.
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