Ahsoka no Disney+: Review do episódio 3 com SPOILERS!
Ahsoka segue, em seu terceiro episódio, a fórmula da estreia. O equilíbrio entre homenagear o clássico de George Lucas e modernizar ainda mais a história começada nas animações. O capítulo desta semana tira bem o pé do acelerador em relação aos dois primeiros atos, afinal, serão oito episódios na primeira temporada.
Mas a mudança de ritmo não afeta a qualidade, e ainda constrói uma base sólida para o resto da temporada. Em Time to Fly, acompanhamos um pouco mais do treinamento de Sabine Wren (Natasha Liu Bordizzo), que segue como a melhor personagem da série.
Temos a estreia de rostos já conhecidos do universo Star Wars, como a volta de Mon Mothma (Genevieve O’ Reilly) e a aparição do filho de Hera (Mary Elizabeth Winstead) e Kanan, Jacen (Evan Whitten). Hera ganha novas camadas no episódio e começa a melhorar como personagem, o que é um alívio, dada a importância e carisma que ela tinha em Rebels. O diálogo com a Nova República é rápido, mas bem-feito, deixando claro a fragilidade e a utopia do novo governo e mostrando como o regime constitucional caiu.
A série constrói uma narrativa excepcional até o momento.
A ameaça do Grão Almirante Thrawn (Lars Mikkelsen) sem que ele sequer tenha aparecido até agora. São poucas obras que conseguem o feito. E a expectativa para ver o vilão cresce a cada vez que ele é citado.
Time to Fly faz jus ao nome do episódio ao trazer uma perseguição espacial muito bem construída, além de uma Ahsoka (Rosario Dawson) impetuosa, como Anakin era, quando sai para lutar fora da nave. Mais uma ótima referência à animação.
É preciso dar ênfase para a aparição das purrgils, as baleias voadoras já vistas rapidamente em Mandalorian e com grande destaque no conflito final de Rebels entre Thrawn e Ezra. A batalha aérea acontece no meio delas, o que realça ainda mais a beleza dessas gigantes, que são tão importantes no universo Star Wars, afinal, são elas que estão reescrevendo o cânone do hiperespaço.
O terceiro episódio da série Star Wars termina com o iminente encontro de Ahsoka e Baylan Skoll (o saudoso Ray Stevenson), que em pouco tempo de tela já conquistou o coração dos fãs. O capítulo 4 promete!
A popularização da força
Ahsoka tem ousado com essa acessibilidade da força, mas, até o momento, tem acertado. É perigoso, pois acompanhamos décadas de histórias onde apenas Jedis conseguiam lidar com essa manifestação de poder, e aceitávamos bem tudo isso.
Agora, a nova série chega para dizer que estávamos errados.
O episódio três dedicou um bom tempo para explicar que qualquer pessoa pode usar a força, pois ela está em todos os seres vivos. E fala sobre o talento para justificar o fato de não termos tantos personagens manipulando mentes e abrindo portas com um mover de dedos durante todos esses anos.
Mais para frente, vemos Ahsoka conversar com Huyang (David Tennant), que contesta a protagonista e diz que a Ordem Jedi jamais aceitaria aquele treinamento. Ahsoka explica que aquele era o jeito deles, e mostra mais uma vez a decepção com o seleto grupo, por tudo que aconteceu antes com ela. Ponto para a série. Precisávamos de Ahsoka para quebrar o padrão. De agora em diante, é preciso entender que qualquer um que apareça na saga pode usar a força.
Foi ótimo quando Sabine tenta mover um objeto e falha. Seria frustrante se ela conseguisse tão facilmente. A esperança é de que o showrunner Dave Filoni não faça da Sabine uma “jedi” até o final da série, e que ela continue aprendendo, aos poucos, bem devagar, como a maioria de nós. Já tivemos que engolir Luke e Rey usarem a força sem total treinamento, da mesma forma que Yoda usaria, por exemplo. Já que estão em um novo terreno aqui, que façam direito desta vez.
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