A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell | Vale a pena assistir ao filme?

Antes mesmo de estrear, “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” esteve cercado de polêmicas. A principal é o que denominam whitewashing, quando um personagem de etnia não-branca é substituído por um intérprete caucasiano.

Nesse caso, criticou-se a escalação de atores ocidentais para papéis que deveriam ser entregues à ocidentais, afinal o filme é baseado num mangá que deu origem a um anime japonês que fez muito sucesso em 1995, tanto que foi uma das principais inspirações para a trilogia Matrix.

No longa lançado pela indústria hollywoodiana nesta semana, Scarlett Johansson é Motoko “Major” Kusanagi, uma ciborgue com cérebro humano e com corpo 100% robotizado. Apesar de muitos fãs desejarem a escalação de uma atriz oriental para o papel, o próprio diretor do filme animado de 1995, Mamoru Oshii, defendeu a estrela norte-americana como protagonista.

“A idade e passado dela são desconhecidos, assim como sua nacionalidade. No Japão, os personagens do mangá e anime são ‘desnacionalizados’, então não tenho nada contra Scarlett interpretando a Major. Na verdade, acho que ela combina com a imagem do filme e não poderia ter imaginado uma escolha melhor.”, declarou em entrevista ao The New York Times.

Explicada a polêmica, cada um tem o direito de ter a sua opinião. Agora, vamos aos apontamentos sobre a produção que entrou em cartaz nos cinemas nesta quinta-feira (30).

 

VALE A PENA ASSISTIR? 

A Vigilante do Amanhã consegue contar uma história interessante, com incríveis cenas de ação e um visual que pode ser considerado o ponto alto do filme. Há alguns que possam questionar furos de roteiro e até uma parte do longa que fica um tanto quanto monótona, mas é difícil alguém não elogiar a direção de arte: excelente, inovadora e que proporciona uma interessante experiência ao espectador.

A trama se passa em 2029, quando a Hanka Corporation desenvolve Major (Scarlett Johansson), uma ciborgue revolucionária que atua num departamento anti-terrorismo da polícia.  Ela faz parte de uma equipe comandada por Aramaki (Takeshi Kitano) e tem como parceiro Batou (Pilou Asbaek). A sua missão atual é desmantelar uma facção que aparece para matar os executivos da Hanka e roubar os dados da empresa.

Durante essa investigação, Major encara um processo de auto-descoberta, começa a sofrer algumas falhas de programação e tenta buscar pistas do seu passado obscuro – quando ainda era inteiramente humana.

Logo na primeira cena do filme, quando aparece a criação da ciborgue, percebe-se uma semelhança com Westworld, série da HBO que estreou em 2016. Afinal, as duas produções têm ideias basicamente parecidas: criações humanas que começam a adquirir consciência e que vão em busca de quem realmente são. É claro que as tramas se desenrolam de formas e em cenários completamente diferentes, mas existe um ponto de encontro na proposta central.

E mesmo com essa interessante proposta central, é no desenrolar da história que “A Vigilante do Amanhã” se complica. Apesar da beleza visual, das boas atuações e de ótimas cenas de ação, o filme não mergulha na complexidade da personagem principal. O desenrolar do roteiro é bem raso e previsível.

Dirigido por Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador), o Ghost in the Shell hollywoodiano tem suas qualidades e defeitos. No fim das contas, o gostar ou não gostar depende muito do “freguês”.

+ VEJA UMA CENA COMPLETA DO FILME 

 

A VIGILANTE DO AMANHÃ: GHOST IN THE SHELL

SINOPSE: Em um mundo pós-2029, é bastante comum o aperfeiçoamento do corpo humano a partir de inserções tecnológicas. O ápice desta evolução é a Major Mira Killian (Scarlett Johansson), que teve seu cérebro transplantado para um corpo inteiramente construído pela Hanka Corporation. Considerada o futuro da empresa, Major logo é inserida no Section 9, um departamento da polícia local. Lá ela passa a combater o crime, sob o comando de Aramaki (Takeshi Kitano) e tendo Batou (Pilou Asbaek) como parceiro. Só que, em meio à investigação sobre o assassinato de executivos da Hanka, ela começa a perceber certas falhas em sua programação que a fazem ter vislumbres do passado quando era inteiramente humana.

 

Vinícius Andrade
Criador do Crônicas do Agora. Jornalista que trabalha com foco em SEO e na criação de conteúdos para diferentes plataformas. Interessado em boas conversas, textos e histórias. Já foi editor do Notícias da TV, além de ter atuado como social media, roteirista e produtor ao longo da carreira de mais de 11 anos. E-mail: viniandrade@cronicasdoagora.com.br