Saudade ou saudades?

A saudade é uma só ou são várias as saudades?
Saudade é tudo igual.
É saudade no singular? Ou saudades no plural?

Tenho saudade de tempos que não vivi. Dos namoros no portão. Dos bailes do colégio. Da simplicidade das mãos que se tocam – meio que “sem querer” – durante a sessão de cinema. Do processo da conquista. Da importância do olhar.

Tenho saudade dos tempos da infância. Quem não tem? Do descompromisso. Da leveza das palavras. Da sinceridade plena. Da certeza que estava dando tudo certo.

Tenho saudade dos sonhos que ficaram pelo caminho. Alguns foram embora sem dizer adeus. Outros voltam vez ou outra pra lembrar que existem.

Só dá pra sentir saudade daquilo que não se tem mais. Daquilo que não se está mais. Do que se foi por hora. Do que se foi por agora. Do que se foi pra sempre.

A saudade é hoje, mas ela sempre volta pro ontem. Não dá pra ter saudade do amanhã.

Saudade é aquilo que fica quando algo se vai. Quando a saudade aperta, é difícil de soltar. Quem tem tudo ou quem não tem quase nada, sempre tem saudade.

Uma saudade faz sorrir. Outra saudade faz chorar.
Saudade faz tanta coisa.
Aquela saudade faz bem. Aquela saudade faz mal.
Mesmo no singular, saudade é sempre no plural.

É tanta saudade que é inevitável dizer que tenho SAUDADES.

Vinícius Andrade
Criador do Crônicas do Agora. Jornalista que trabalha com foco em SEO e na criação de conteúdos para diferentes plataformas. Interessado em boas conversas, textos e histórias. Já foi editor do Notícias da TV, além de ter atuado como social media, roteirista e produtor ao longo da carreira de mais de 11 anos. E-mail: viniandrade@cronicasdoagora.com.br