Por que ler Mia Couto
Lapidar as palavras é uma arte para poucos. Para este biólogo e escritor moçambicano, no entanto, é ofício e talento. Mia Couto, nascido em 1955, tem um vasto conjunto de obras em prosa e em poesia e continua produzindo. E encanta, a cada linha lida, pelas infinitas possibilidades que atribui à matéria prima do escrever. Por que lê-lo, se isso ainda não convence o caro leitor? Eis alguns motivos.
1. É literatura africana
Atualmente, Mia Couto ocupa posição de destaque entre os autores mais consagrados da literatura africana contemporânea. A valorização desse campo literário é imprescindível, pois reafirma o empoderamento dos povos africanos em um meio cultural globalmente reconhecido. Além disso, a literatura africana é sempre uma boa escolha de leitura: cheia de vida e cores nas palavras, carrega com delicadeza o peso histórico que a emoldura.
2. São obras em nossa língua mãe
Da mesma forma que é fundamental valorizar a literatura africana, entrar em contato com a escrita em língua portuguesa é revisitar as múltiplas formas vocabulares, sonoras e gramaticais dela. Mia Couto possui excelência em artear com as palavras, dando novos ares ao português e suas infinitas faces.
3. A prosa e a poesia se misturam
Mesmo em suas obras em prosa, é difícil afirmar com segurança o que está sendo produzido. As linhas são corridas, mas o tom poético permanece. Mia Couto tem a capacidade de desconstruir as formas tão incutidas na cabeça do leitor.
4. É um mergulho em cultura, história e folclore
As obras do autor tem contato direto com a cultura e a história local. Lendas típicas, músicas e eventos históricos fazem parte do ambiente a nível constante. Não apenas isso: se incorporam à voz do narrador, do eu lírico, das personagens. Dão cor e tom à narrativa. Os retalhos culturais e históricos que Mia Couto busca tecer garantem fascínio ao leitor.