Mais esperança, por favor

Todas as horas, em todos os minutos e a cada segundo que passa uma parte de nós se vai. Olhar para trás e ver quanto o tempo passou, é mais angustiante do que ansiar pelo tempo que virá.

Sou dos anos 90. Vi o Ayrton Senna subir ao pódio e também o vi morrer. Assisti Cavaleiros do Zodíaco. Fui tetra com a Seleção. Meus 30 estão chegando, e com eles nostalgia e necessidade de decisão. Em tempos em que não sei o que e quem é esquerda ou direita, em que a política decepciona, em que o ser humano mostra de formas variadas o quanto pode ser cruel e vil, eu ainda tenho esperança.

A esperança de que todos podem ser melhores. De que a vida pode dar certo. Que o amor é o sentimento mais límpido e puro que existe, e ele de fato existe. Que a humanidade apesar de conseguir ser, por inúmeras vezes, desumana, tem a capacidade de propagar bondade e compaixão. Que todo mal pode ser combatido, que toda injustiça pode ser desfeita e que todo dia é um novo respiro.

Acredito que tudo e todos podem ser melhores. Que errar é natural e que mudar para melhor, é essencial. Contudo, só vejo desespero e solidão nas pessoas. Em seus olhos, o brilho – que é tão comum quando crianças – foi apagado. Manter esse brilho não é infantilidade ou inocência, mas sim a crença e esperança de que a felicidade está em algum lugar, que tudo pode e vai dar certo.

Desejo que as pessoas resgatem a vontade de viver e que encontrem o melhor caminho para a felicidade. Não esperar ser feliz como nos filmes de Hollywood, mas tendo a paz e a satisfação da vida real. Que cada brisa e raio de sol que toquem suas faces, se tornem combustível suficiente para sentir conforto e aconchego no coração.

Mais esperança, por favor.