Depressão infantil não é brincadeira! Entenda como identificar e tratar

Depressão é um tema que vai ganhando espaço na vida adulta. Antes tratado como “frescura” ou “algo que passa” por boa parte da população, hoje entende-se que é um problema sério, que pode atingir qualquer pessoa e deve ser tratado com auxílio de especialistas. Mas não é só na adolescência ou depois dos 18 que ela aparece. Crianças também podem sofrer com a Depressão Infantil. 

Numa sociedade em que se valoriza cada vez mais o virtual em detrimento ao real, na qual existe cobrança por desempenho e qualidade em ser multitarefa desde cedo, os males da vida adulta chegam aos pequenos. Pra identificar os primeiros traços da doença, é necessário atenção a algumas alterações no comportamento.

“A vem acompanhada de inquietação, retraimento, choro frequente, alterações alimentares (comer mais ou não comer), alterações no sono e apatia. Se está na fase escolar, os pais devem observar as mudanças cognitivas que a criança pode demonstrar, como lentidão na capacidade de reter informações, além de ansiedade excessiva, pensamentos suicidas e de morte constante.”, explica a psicóloga Renata Reis.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, 70% dos adultos que apresentam depressão crônica têm histórico desde o período da infância. Nos últimos 10 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saíde, o número de diagnósticos em crianças entre 6 e 12 anos passou de 4,5 para 8%, o que representa um crescimento expressivo.

Não são poucos os motivos que podem desencadear a depressão infantil: brigas frequentes dos pais na presença da criança, separação, a morte de um ente querido, cobrança exagerada por desenvolvimento e desempenho, e a falta de contato ou atenção do pai ou da mãe. Fatores biológicos também são causas possíveis. O transtorno pode ser diagnosticado em crianças a partir dos 4 anos.

“Os pais devem procurar orientação familiar com um profissional, pois é importante que se informem sobre o transtorno, além de serem orientados emocionalmente. O mais importante é que compreendam que a depressão não é “preguiça” ou “frescura”, pelo contrário, é um transtorno que requer atenção e paciência.”, afirma Reis.

O tratamento vem acompanhado de psicoterapia e, quando necessário, o uso de medicamentos.

Fiquemos atentos com nossas crianças e a qualquer comportamento que indique problemas.

Depressão infantil não é brincadeira! 

Sarah Bejar é jornalista, mãe do Pedro e dá dicas para mães, gestantes e tentantes no Blog Mães em Sintonia.