Como sair das dívidas e começar a poupar?
O ano mudou. Expectativas. Planos. Promessas. Projetos. Tudo feito na ponta do lápis ou nas ideias da mente. Na teoria, parece que o planejado pode dar certo, mas ultimamente tem um fator que acompanha os anos, os meses e os dias de milhões de pessoas pelo Brasil: AS DÍVIDAS. O tempo passa e elas só acumulam ou, no mínimo, não diminuem. Os juros e a preocupação com o efeito bola de neve só crescem.
BRASILEIROS NO VERMELHO
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o percentual de famílias brasileiras endividadas encerrou 2016 em 56,6%. O índice de inadimplência é de 23% e o de brasileiros que se dizem “muito endividados” é de 13,8%.
O cartão de crédito ainda é o maior vilão, totalizando um percentual de 77,1% das contas. O segundo e o terceiro maiores tipos de dívida das famílias brasileiras são o de carnê e o de financiamento de carro, 14,4% e 10,4%, respectivamente.
Sem dinheiro pra acertar o que deve, sem dinheiro pra poupar. Um estudo recente feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelou que 64% dos brasileiros não conseguem guardar suas economias.
COMO SAIR DAS DÍVIDAS E COMEÇAR A POUPAR?
Patricia Lages, consultora financeira e autora de livros como “Virada Financeira” e “Lugar de mulher é onde ela quiser”, destacou o passo a passo para sair do vermelho e entrar no time dos que conseguem economizar.
1) NEGOCIE E EVITE OS JUROS
Quem está inadimplente em algum tipo de empréstimo ou financiamento deve focar todos os seus esforços em negociar e pagar seus débitos, pois os juros desse tipo de dívida são maiores do que qualquer rendimento e têm sido os grandes vilões do orçamento. Não é hora de poupar.
2) ELIMINE GASTOS SUPÉRFLUOS E INÚTEIS
Uma assinatura que se paga por algo que não se usufrui, por exemplo, pode ser cancelada, anuidades de cartões podem ter sua diminuição solicitada, serviços de telefonia que não são usados também podem ser cortados. Essas atitudes já poderão desafogar o orçamento e criar a possibilidade de poupar.
3) TENHA CONTROLE
O que mais prejudica o hábito de poupar é o desperdício: comprar o que não precisa ou em quantidades além do necessário leva boa parte do orçamento das pessoas. Evitando esses desperdícios já obtemos um valor que pode ser empregado em outras necessidades ou ser poupado.
Vale colocar em prática aqueles hábitos que todo mundo já sabe, mas nem todos praticam: apagar a luz quando deixar um ambiente e não dormir com a TV ligada, por exemplo. E também ficar de olho no supermercado para não comprar além do necessário e acabar descartando boa parte dos alimentos.
4) CRIE O HÁBITO
Poupar não é uma atitude que se toma quando o dinheiro sobra, mas sim, quando nos programamos e definimos um valor para esse fim. O hábito da poupança requer constância. O foco não deve estar em poupar muito, mas poupar sempre.
O BOM E VELHO COFRINHO
Seja o tradicional porquinho ou então um todo moderno que se encontra em lojas de presentes e decoração, o cofrinho ainda está na moda – tanto para os pequenos quanto para os grandões.
A consultora Patricia Lages explica. “O objetivo de poupar usando cofrinhos é mostrar que quantias pequenas podem alcançar montantes importantes quando se poupa sempre. Com as crianças o objetivo é ensinar que, para se ter algo, não basta pedir, mas sim, fazer algo para obter e poupar para chegar ao valor do que se quer. Para isso, qualquer quantia vale. Já com os adultos, o objetivo deve ser mais específico e os valores também, por isso, indicamos que tenha o cofrinho do IPVA, por exemplo, e que se poupem todas as moedas de 1 real e as notas de 2 reais. Fazendo isso o ano todo, com foco, é possível obter o valor para pagar o imposto sem apertos”.
Sair da crise financeira pessoal pode não ser fácil, mas é possível. Tenha disciplina, força de vontade e coragem. Mesmo que, muitas vezes, não dependa SÓ de você, precisa começar por você.