A política em Animais Fantásticos e Onde Habitam

A sinopse de Animais Fantásticos e Onde Habitam é aparentemente simples: Newt Scamander (Eddie Redmayne) é um magizoologista inglês que vai a Nova York buscar uma criatura rara. Lá, alguns de seus animais fantásticos escapam de sua maleta e ele embarca numa grande aventura para recuperá-los.

O básico, porém, ganha no roteiro de J.K. Rowling contornos requintados, com o ingresso do Mundo Bruxo em discussões que envolvem política nacional e debates sociaisimportantes, como a intolerância com o diferente. Aliás, o tom político já aparecia um pouco nos oito filmes do consagrado universo de Harry Potter, mas agora em Animais Fantásticos e Onde Habitam o assunto ganha protagonismo dentro do enredo, com direito a um Congresso Mágico nos Estados Unidos, que legisla sobre a relação dos bruxos com os no-maj (jeito que os americanos conhecem os trouxas, ou seja, quem é incapaz de fazer magia).

Recém-chegado a Nova York, Scamander se vê um pouco confuso com as regras do lugar, totalmente diferentes das leis inglesas, de onde ele vem. Depois de uma confusão num banco, o magizoologista conhece o no-maj Jacob Kowalski (Dan Fogler), o principal alívio cômico do longa, com uma intepretação inteligente e trejeitos bem engraçados. Graças a essa enrascada, os dois se envolvem com a funcionária do Congresso Mágico Tina Goldstein (Katherine Waterston) e com a irmã dela, Queenie Goldstein (Alison Sudol).

A partir desse grupo é que se desenrola o choque cultural, com um inglês e três norte-americanos, e três bruxos e um não-bruxo. Acrescenta-se a isso a relação entre Credence (Ezra Miller), um menino que foi adotado por uma mulher cruel que luta contra os bruxos da cidade, e Graves (Colin Farrell), um dos principais líderes do Congresso.

A questão é que os bruxos não sabem como devem se relacionar com os comuns, pois acreditam que as consequências podem ser desastrosas para o mundo. Além do mais, nem os mágicos nem os no-maj, conseguem lidar com as criaturas fantásticas de Scamander. Em determinado momento, inclusive, ele usa uma frase bem conhecida por quem luta em defesa dos animais: “os seres humanos são muito mais perigosos”.

A NOVA YORK REAL 

Em Animais Fantásticos e Onde Habitam, o Mundo Bruxo dialoga com a realidade da Nova York de meados do século 20, quando a cidade se tornou um centro mundial para a indústria, comércio e comunicações depois da Primeira Guerra Mundial. O metrô foi desenvolvido e as linhas ferroviárias da Grand Central Station floresceram. O filme também deixa claro o quanto os grandes jornais já influenciavam na política e como trabalhavam suas publicações de acordo com interesses.

REFERÊNCIAS

Como esse é o primeiro de cinco filmes, não existem tantas referências ao mundo de Harry Potter, mas o longa não deixa passarem batidas conexões que serão desenhadas ao longo da nova saga, que tem um imenso potencial pra conquistar outros milhões de fãs.

J.K. Rowling continua fazendo jus ao grande universo que criou!

Vinícius Andrade
Criador do Crônicas do Agora. Jornalista que trabalha com foco em SEO e na criação de conteúdos para diferentes plataformas. Interessado em boas conversas, textos e histórias. Já foi editor do Notícias da TV, além de ter atuado como social media, roteirista e produtor ao longo da carreira de mais de 11 anos. E-mail: viniandrade@cronicasdoagora.com.br