O Justiceiro na Netflix: personagem finalmente cumpre sua missão em nova série!

O Justiceiro na Netflix: personagem cumpre sua missão em nova série!

O Justiceiro já ganhou algumas chances no cinema. Nenhuma delas com sucesso. Dolph Lundgren (o eterno Ivan Drago de Rock 4) foi o primeiro a vestir a roupa com a caveira, em 1989. Depois tivemos Thomas Jane, num colorido filme de 2004. Por fim, Ray Stevenson fez “Zona de Guerra”, de 2009, e talvez o maior fracasso do personagem da Marvel.

Foi apenas nas telinhas que o Justiceiro achou seu caminho, como apoio do Demolidor, da Netflix. E a recepção foi tão boa que ele ganhou a chance de ser o protagonista.

Finalmente, o Justiceiro cumpriu sua missão.

Só os primeiros cinco minutos já foram melhores que os três filmes do personagem. O piloto mostrou que o telespectador precisaria ter estômago para acompanhar a guerra de Frank Castle, que fez de Jon Bernthal (o Shane de “The Walking Dead”) o Justiceiro definitivo. Os trejeitos e os grunhidos de Jon faziam lembrar que aquele era um personagem amargurado e animalesco. O Justiceiro que todos queriam ver.

Última consideração sobre esse excelente primeiro capítulo. Ele funciona como uma temporada à parte. Mostra Frank nas ruas, enfrentando seus demônios interiores e também criminosos comuns. Mostra Frank como uma bomba relógio. A tensão te prende no sofá. Nota 10 para esta estreia incrível.

Só que os outros episódios focam menos na vida pessoal dele e mais na conspiração, que dura todo o restante dos capítulos. Não estraga a experiência, mas joga um pequeno balde de água fria naquela empolgação inicial.

E são nesses 12 episódios restantes que a série dá uma pequena deslizada. Toda a estória poderia ser resolvida em menos tempo. Muitos personagens entraram e saíram sem acrescentar muito para o andamento da trama, e alguns estavam lá apenas para a discussão do controle de armas.

Sim. Para botar o Justiceiro distribuindo balas pra todo o lado, foi preciso colocar em pauta a liberação/proibição de armas de fogo. Um debate importante e válido, principalmente para os dias atuais dos Estados Unidos.

O Justiceiro na Netflix: personagem cumpre sua missão em nova série!Outro ponto fraco da série é ter, em alguns momentos, um Frank Castle mais humano. Creio que os roteiristas fizeram isso para que exista uma identificação do público. Uma escolha um pouco medrosa e que foge da essência do personagem. As melhores estórias do Justiceiro nas HQs mostram um homem enlouquecido que atira primeiro e nem se importa em perguntar depois. Este é o Justiceiro. Não um herói, e sim um anti-herói. Não se perde em dilemas nem sentimentalismo. Tem suas próprias regras.

A série traz um vilão clássico e também um velho parceiro de Frank dos quadrinhos, numa nova roupagem e numa ótima atuação (Ebon Moss-Bachrach como Micro). Todos em perfeita sintonia. Ponto positivo para a turma da Marvel.

O seriado está no mesmo nível da primeira temporada de Demolidor e Jessica Jones. E atropela séries como Luke Cage, Punho de Ferro e Defensores. Uma segunda temporada já está nos planos. Sem o peso da estreia nas costas, espero que a próxima traga ainda mais do Justiceiro… daquele primeiro episódio.

 

O JUSTICEIRO NA NETFLIX

TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=6m3DvnsSxt8

+ OPINIÃO | OS DEFENSORES SÃO OS VINGADORES DA NETFLIX. E ISSO É RUIM!

Breno Piero
Jornalista, roteirista, escritor e viajante do tempo. Sente constantemente a perturbação da força. É contra remakes, mas pode ser convencido do contrário lá no Insta @brenopiero.