O Culto de Chucky é a prova de que o brinquedo assassino “quebrou”

O Culto de Chucky é a prova de que o brinquedo assassino "quebrou"

A (não tão) boa e velha história sobre Charles Lee Ray (Chucky) – interpretado por Brad Dourif – volta para aterrorizar as telonas. Na verdade, nem as telonas. Porque aqui no Brasil, O Culto de Chucky foi liberado apenas em DVD e nas plataformas de streaming pela Universal Pictures Home Entertainment. Não passou pelo cinema!

O recém lançado sétimo filme da franquia Brinquedo Assassino traz a volta do imortal boneco good guy, Chucky, mais uma vez buscando de sangue e novas formas de sobreviver a sua condição de boneco – uma vez que sua alma está presa num brinquedo desde o filme original. Seguindo a história do seu antecessor (A maldição de Chucky, de 2013), o enredo d’O culto de Chucky foca na sobrevivente dos assassinatos passados, Nica Pierce – interpretada por nada mais que Fiona Dourif -, passou quatro anos em uma instituição sendo tratada pela chacina cometida à sua família, cujo todos acreditavam ser a autora dos crimes e não o boneco assassino como ela alegava. Após ser transferida para uma nova instituição, Nica se vê frente a frente com seu maior pesadelo quando o culto de Chucky se forma e ela é o alvo do boneco do mal outra vez.

O Culto de Chucky é a prova de que o brinquedo assassino "quebrou" Utilizando das conhecidas artimanhas e plot twists, o roteirista e diretor Don Mancini mostra não ser mais capaz de surpreender o público com seu enredo cômico-sobrenatural. Com mortes (des)esperadas e cada vez mais cômicas, Chucky supera a linha do ridículo tornando – se cada dia mais um filme do gênero humorístico. A sua essência satírica inicial se transformou no prato principal do show de horrores trazido com as sequências. Com uma escolha visual óbvia, porém correta, a única qualidade do novo filme é a analogia do ambiente contrastando com as cenas sangrentas. Resumidamente, os ambientes esbranquiçados, quando manchados de sangue, compõem o único ar sombrio oferecido pela obra.

A história sobre o assassino Charles Lee Ray perde o sentido desde o segundo longa, fazendo com que o enredo decaia cada vez que resolvem financiar mais uma sessão do velho boneco. Como um brinquedo quebrado, a trama do sétimo filme não tem funcionalidade alguma para um espectador minimamente crítico acerca daquilo que assiste. Os fãs do assassino em série da década de 1980 suplicam por um fim digno ao seu brinquedo assassino favorito. Se um dia ele foi temido, hoje é motivo de piada.

É com um roteiro mais destruído que o próprio Chucky que essa franquia segue sem rumo, em busca de um futuro onde, quem sabe, Don Mancini perceberá que o Charles já está enterrado há quase trinta anos e então ao menos algum aspecto dessa história terminará com dignidade fílmica.

 

O CULTO DE CHUCKY 

TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=ff1BGix8l1k

SINOPSE

Após investigações, a polícia ficou convencida de que foi Nica Pierce (Fiona Dourif) que assassinou brutalmente sua família, quando na verdade o crime foi cometido pelo famoso boneco assassino Chucky. Agora no manicômio e acreditando que se livrou do mal, a jovem nem imagina o que sua psicóloga pretende lhe dar como presente.

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Estudante de jornalismo curioso e apaixonado por história. Cinéfilo de carteirinha que ama o universo da sétima arte e deseja sempre estar ainda mais imerso nesse mundo.