Episódio 4 de Loki resetou o Universo Marvel?
Gostaria muito que esse texto com a análise do quarto episódio da segunda temporada de Loki fosse lido ao som de It’s The End Of The World As We Know It, do R.E.M. Ora, foi o que aconteceu no final do capítulo “Heart of the TVA”, certo? Ou não?
No episódio de Loki desta semana, descobrimos o quão sacana pode ser um simples relógio de animação. A Miss Minutes (voz de Natasha Arancini) mostra para Ravonna (Gugu Mbatha- Raw) toda a manipulação feita por Aquele Que Permanece (Jonathan Majors) e convence a juíza de se aliar a ela.
Enquanto na TVA, Loki (Tom Hiddleston), Mobius (Owen Wilson), Sylvie (Sophia DiMartino) e companhia tentam proteger Victor Timely para que o cientista salve todas as realidades.
E no meio de toda essa história, temos mortes bem impactantes para alguém como a Disney/Marvel. Ravonna e Miss Minutes usam a caixa de tortura para esmagar todos os detentos na TVA, enquanto o desenho se diverte de forma sádica com a cena.
Apenas Brad (Rafael Casal), único que aceitou os termos da juíza, sobrevive ao massacre.
O quarto episódio trouxe muita ação, mas também teve momentos extremamente filosóficos, com destaque para a conversa entre Loki e Sylvie no refeitório. A variante feminina de Loki fala sobre escolhas difíceis e possibilidades, fazendo com que o livre-arbítrio fosse a questão central desse diálogo.
Loki finaliza a conversa com um lembrete importante: Eles são sim deuses. Guarde essa informação, ela será importante até o final da temporada. E abrindo um parêntese aqui, sigo incomodado com um personagem como Loki sendo o escolhido para ser a grande voz da razão no cenário atual da Marvel, se distanciando cada vez mais do personagem dos quadrinhos.
Voltando. O quarto episódio termina com um enorme gancho, matando Timely e mostrando nossos queridos personagens observarem, atônitos, o fim de tudo.
No entanto, será que, com isso, a série Loki resetou o Universo Cinematográfico Marvel?
A saída mais corajosa seria essa, e abriria um leque de possibilidades e histórias, podendo incluir novos personagens pedidos pelos fãs, como os X-Men e o Quarteto Fantástico.
Mas na verdade, acho que Tente Outra Vez, do eterno Raul Seixas, cabe mais na sua playlist, para que você escute enquanto faz a leitura da crítica. O grupo pode ter sido podado com a explosão, e veremos nos dois últimos episódios cada um em um lugar diferente do espaço/tempo tentando salvar o multiverso. Ou, se a explosão realmente matou todos na TVA, temos outra saída.
No episódio vimos que foi Loki (do futuro) quem podou o próprio Loki (do passado, no primeiro episódio). Viagens no tempo são complexas e cheia de ramificações, então podemos voltar a ver o Loki do passado, que vai descobrir algumas migalhas (termo já usado no episódio passado por Mobius) deixadas pelo Loki do futuro para que, dessa vez, faça diferente e salve tudo e todos, já que aquele Loki do futuro não conseguiu.
Então, como diz a música do nosso querido baiano, tenha fé em deus (nesse caso, o da mentira), tenha fé na vida. A Marvel vai dar seus pulos e deixar tudo em ordem. Confia!