Especial OSCAR 2018 | A Forma da Água
A Forma da Água é uma história de amor no mundo de fábulas de Guillermo del Toro, cineasta que conseguiu se superar e criar a obra de sua vida. Com toda a delicadeza e brilhantismo que lhe são característicos, o diretor e roteirista fez uma narrativa que homenageia todos os desajustados do mundo.
Inspirado por um dos clássicos de terror favoritos de sua infância (O monstro da lagoa negra, de 1954), o mexicano criou a sua bela personagem principal. Entretanto, a criatura supostamente monstruosa é, na verdade, mais capaz de amar e ter sentimentos bons do que alguns humanos na história, fazendo uma crítica aos preconceitos cotidianos – sejam esses quanto ao sexo, cor de pele, orientação sexual, nacionalidade etc – e, por consequência, tornando seu filme uma ode aos marginalizados pela ignorância humana.
Em 1962, a Guerra Fria estava em seu ápice de tensão. Dentro desse contexto, uma criatura aquática e misteriosa (vivida por Doug Jones) é capturada pelo Coronel Richard Strickland (Michael Shannon) e levada para um laboratório secreto do governo americano para ser estudada com o objetivo de derrotar o Comunismo.
Localizado em Baltimore, o laboratório onde trabalham como zeladoras a muda Elisa (Sally Hawkins) e sua amiga Zelda (Octavia Spencer) muda completamente com a chegada do “homem anfíbio” – maneira como a criatura é chamada pelos cientistas. Ao conhecer a criatura fantástica em seu cativeiro, Elisa acaba se apaixonando por ela e fará de tudo para salvar o seu amor das mãos do monstruoso Strickland, mesmo que isso signifique pôr em risco a sua vida e a de seus amigos.
Com um elenco divino e um corpo técnico igualmente esplêndido, A Forma da Água já foi indicado mais de 300 vezes na temporada de premiações e não poderia ser diferente no prêmio mais esperado do cinema. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu a película de del Toro um total de 13 indicações. Permeando pelas mais diversas categorias, o filme do mexicano é um forte candidato a ganhar “Melhor Fotografia” com Dan Laustsen – parceiro de Guillermo em Mutação, de 1997, e A Colina Escarlate, de 2015 – “Melhor Roteiro Original”, “Melhor Trilha Sonora Original” com Alexandre Desplat – vencedor na mesma categoria por seu trabalho em O Grande Hotel Budapeste, de 2014 – “Melhor Direção” e “Melhor Filme”.A razão para motivar aqueles que ainda não assistiram essa obra-prima vai muito além de seu número de indicações ou sua possibilidade de levar vários Oscar para casa. A Forma da Água precisa ser visto por todos aqueles cujo o filme toca. Para todos aqueles que foram ou são excluídos, marginalizados e/ou esquecidos. Este longa é feito para vocês, para nós. Quando um filme é dirigido e roteirizado por um mexicano; tem suas personagens principais sendo uma muda, um gay, uma negra e uma criatura não-humana e todos eles são representados com tamanha força, significância e representatividade; e esse mesmo filme ainda ganha um espaço absurdo num mundo onde ainda há, infelizmente, tanto preconceito; bem, essa obra merece uma chance de todos.
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A FORMA DA ÁGUA
13 INDICAÇÕES AO OSCAR: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Sally Hawkins), Melhor Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer), Melhor Ator Coadjuvante (Richard Jenkins), Melhor Roteiro Original, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição de Som, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Edição e Melhor Mixagem de Som.
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