RESENHA | Uma vida inventada, de Maitê Proença
Mario Quintana falou uma vez em carta que o leitor gosta mais do poeta por quem ele mesmo é do que pelo o que o poeta escreve. Se o tempo não fosse empecilho, diria que ele escreveu isso depois de ler Uma vida inventada, da Maitê Proença.
Em primeiro lugar preciso dizer que não sabia que ela escrevia e nem 1/3 da mulher que ela é. Comprei o livro numa fase consumista que queria ver o que exatamente uma mulher loura que eu via nas novelas quando era pequena tinha a dizer.
Não imaginei que ela fosse dizer tanto.
Falando essencialmente da sua própria vida, Maitê Proença explica, fato por ato, cada característica da sua personalidade flutuante. Não chega a ser uma biografia, mas esbarra nas descrições autobiográficas quando a artista se propõe a contar a própria história.
Ela viveu por todo canto e respirou todos os ares que existem na nossa atmosfera. Amou profundamente e se apaixonou repetidamente. Foi até o fundo do poço e voltou vezes o suficiente pra escrever um livro com propriedade de quem fala do seu ponto de vista porque já teve vários.
E que grata surpresa foi descobrir que para Maitê, assim como para mim, a vida é um prato cheio de oportunidades e pessoas a conhecermos. Vida pra se viver não falta – e tanto sobra que a artista condensou as histórias que viveu e as que inventou num livro que se homogeniza com a vida vivida e inventada do leitor a cada letra.
UMA VIDA INVENTADA
Autor: Maitê Proença
Ano: 2008
Páginas: 224
Editora: Agir
Preço sugerido: R$ 39,90
Formato: 15,50 x 23 cm
SINOPSE
É inútil tentar separar realidade e imaginação em Uma vida inventada. Em sua segunda incursão na literatura, Maitê Proença brinca de esconder e revelar. Intenso, corajoso e, acima de tudo, surpreendente, o livro confirma o talento da atriz para envolver o leitor com seu estilo às vezes lírico, às vezes dramático, sempre arrebatador.