500 Dias com Ela, uma história realista sobre o amor
Antes de você ler esse texto, devo te avisar: as palavras a seguir não tratam sobre UMA HISTÓRIA DE AMOR, mas sim sobre O AMOR. Caso você não tenha a menor ideia do que é o filme “500 Dias com Ela”, eu te conto. O longa narra a história de Tom Hansen, que conhece Summer Finn no trabalho e descobre que eles têm vários gostos em comum. Tamanha a sintonia, ELE logo se apaixona.
((( ALERTA DE MUITOS SPOILERS A PARTIR DAQUI )))
Narrada de forma não linear, a trama apresenta o relacionamento do casal em 500 dias. Os dois não poderiam ser mais diferentes. Tom é um romântico incurável e Summer é uma completa cética quando o assunto é amor e relacionamento.
Mas então por que essa é uma história sobre o amor? Simplesmente porque trata do amor da forma mais real possível. O garoto conhece garota. O garoto se apaixona pela garota. Mas a garota não se apaixona por ele. O garoto termina com o coração partido! O amor acontece, ele permanece por um tempo e depois pode acabar, é assim que ele é. Fim da história.
A vida muda e as pessoas mudam junto.
Confesso que a primeira vez que assisti, fiquei completamente revoltada porque eles não ficam juntos no fim. Acredito que, em parte, porque sempre levei muito ao pé da letra a frase do Tom Jobim: “é impossível ser feliz sozinho”. Mas quer saber? Não é bem assim, Jobim! Não é impossível ser feliz sozinho; aliás, se você não for feliz sozinho primeiro, você nunca será um bom par. A sociedade coloca muita pressão com essa história de “você precisa encontrar alguém”. Condenamos as pessoas por elas serem sozinhas quando, na verdade, deveríamos aceitar suas escolhas. Só porque alguém está sozinho, não significa que será sempre sozinho. Mas se for, tudo bem também. Tudo bem ser a “solteirona com 50 gatos”. Tudo bem focar no trabalho e viajar o mundo livre, leve e solta. Tudo bem se bastar. É preciso ter amor próprio!Em 500 Dias Com Ela, Summer é o grande exemplo do desapego e da liberdade. Ela é uma mulher que só faz o que quer. Quando quis curtir a vida com a liberdade que uma solteirice pode proporcionar, curtiu. Quando se viu disposta a casar, casou.
Muitos assistem ao filme e terminam dizendo que “a Summer é uma vadia”. Mas por que? Vamos analisar todo o relacionamento com o Tom. Desde o começo, ela deixa claro que não quer nada sério; isso pode dar margem pra dois caminhos: ou ela começaria alguma coisa com ele, eventualmente mudaria de ideia e os dois acabariam tendo um relacionamento sério; ou então ela realmente só queria curtir o momento (o que foi o caso).
Tom sabia o que Summer queria, mas sempre teve esperanças que a moça mudaria de ideia. Ele se jogou de cabeça na relação. Ela não. Acontece, nem todo amor é recíproco. O cara não errou em criar expectativas. As expectativas nos fazem pensar num futuro, mas é preciso controlar com qual intensidade você tira seus pés do chão, pois a queda pode te destruir.Um tempão depois de terminar com o Tom, Summer se casa com outro homem. E quando o antigo casal se reencontra, ele diz: “Você não queria ser apontada como namorada de alguém, e agora você é esposa de alguém?”. Assim, descobrimos que ela mudou de ideia sobre o amor e relacionamentos. Como eu disse, as pessoas mudam. Summer não é uma vadia por ter decidido não ficar com o Tom e optado casar depois. A real é que só quando ela conheceu esse outro homem é que teve a certeza que nunca teve com o Tom. O seu agora marido a fez acreditar no amor, em sinais e destino.
A vida acontece. Relacionamentos começam e acabam. Nós podemos sofrer com isso por um tempo, mas chega uma hora em que precisamos seguir em frente. E assim, quando você menos esperar, o amor vai bater na sua porta novamente.
500 DIAS COM ELA
Veja o trailer legendado do filme, que está disponível no catálogo Netflix.