ALIEN: COVENANT | Vale a pena assistir no cinema?
Depois do fracasso em Prometheus, Ridley Scott retorna aos cinemas com a franquia Alien tentando mostrar uma nova história. Mas só tentando mesmo. “ALIEN: COVENANT” não chega a ser uma continuação dos filmes três e quatro, lançados em 1997 e 2012. Está mais pra remake mesmo.
Nele, Scott volta as raízes de sua criação através de referências e elementos que trazem o clima de suspense e terror que foram perdidos ao longo do tempo. Dá pra sentir de novo aquela agonia dos personagens ao serem perseguidos pelo Xenomorfo.
O diretor até tenta introduzir uma “Nova Ripley”. Quem fica encarregada dessa missão é Katherine Waterston (Animais Fantásticos & Onde Habitam e Steve Jobs); porém, sua Daniels não faz jus a heroína de Sigourney Weaver, apesar de possuir uma coisa que a de Weaver carecia: vulnerabilidade e a falta de passado. Covenant não apresenta figuras tão marcantes quanto as antigos, nem falas ou diálogos que causem impacto. Com exceção das conversas de Waterston (Daniels) e Billy Crudup (Oram), todas as outras são facilmente esquecidas.
Entretanto, quem realmente se destaca positivamente é Michael Fassbender, que – além de voltar com o androide David (apresentado em Prometheus) – também interpreta Walter, um outro androide que chega junto com os outros tripulantes. Apesar do visual de ambos os personagens ser praticamente igual, a diferença entre os dois fica clara pela atuação de Fassbender. Enquanto David é mais humano, tanto no modo de agir quanto no de pensar, Walter é exatamente o oposto: com plena noção do propósito de sua criação, sabe que foi feito para servir os humanos e é praticamente um “robô em pele humana”.
Durante boa parte do tempo, Covenant se assemelha ao “Oitavo Passageiro”, filme de 1979 que deu origem à franquia. Mesmo com algumas pequenas mudanças, as produções são bem parecidas num panorama geral. O que, de fato, os diferencia é o desfecho. No longa de 2017, Ridley Scott entrega um final impressionante, chocante e outros adjetivos que se assemelhem a isso. O interessante é que os acontecimentos abrem a possibilidade de uma continuação.
Como fã da franquia que ficou decepcionada com Prometheus, preciso confessar agora que – depois de ver esse novo filme – entendo a importância do anterior e compreendo que sem ele o atual não seria tão épico. Digamos que Scott precisou ter um fracasso para fazer um sucesso.
Ah… e pesando os pontos positivos e negativos, vale a pena assistir Alien: Covenant nos cinemas sim!
ALIEN: COVENANT
TRAILER
SINOPSE
2104. Viajando pela galáxia, a nave colonizadora Covenant tem por objetivo chegar ao planeta Origae-6, bem distante da Terra. Um acidente cósmico antes de chegar ao seu destino faz com que Walter (Michael Fassbender), o andróide a bordo da espaçonave, seja obrigado a despertar os 17 tripulantes da missão. Logo Oram (Billy Crudup) precisa assumir o posto de capitão, devido a um acidente ocorrido no momento em que todos são despertos. Em meio aos necessários consertos, eles descobrem que nas proximidades há um planeta desconhecido, que abrigaria as condições necessárias para abrigar vida humana. Oram e sua equipe decidem ir ao local para investigá-lo, considerando até mesmo a possibilidade de deixar de lado a viagem até Origae-6 e se estabelecer por lá. Só que, ao chegar, eles rapidamente descobrem que o planeta abriga seres mortais.