GREENLEAF | Conheça a série que mostra os bastidores de poder de uma igreja evangélica
Greenleaf conta com um enredo diferente de tudo o que você já viu em seriados famosos. Não é baseado em fatos reais, mas também não retrata um mundo de fantasia. A trama consegue mostrar parcela importante de uma instituição religiosa. Nesse caso, a igreja evangélica.
Cercada por polêmicas quando foi lançada nos Estados Unidos, a produção é uma das maiores audiências do canal da estrela Oprah Winfrey, produtora-executiva que também atua na série. E os 13 episódios da primeira temporada revelam uma história cheia de elementos interessantes, com os bastidores de corrupção, disputa pelo poder e traição.
Antes de mais explicações, é importante deixar claro que Greenleaf evidencia um problema que algumas igrejas PODEM ter, mas isso não quer dizer que todas são assim! Não existe generalização e sim a exemplificação do que acontece em DETERMINADAS instituições. Por isso, se você é cristão – como eu sou – é bom que deixe a religiosidade de lado antes assistir à série e de ler esse texto.
ENTENDA A SÉRIE
O patriarca e a matriarca da família Greenleaf, James (Keith David) e Lady Mae (Lynn Whitfield), comandam uma das maiores igrejas da cidade de Memphis, a Calvary, e exercem uma enorme influência sobre os membros (majoritariamente negros) de sua congregação. Adeptos da Teologia da Prosperidade, suas vidas viram do avesso com o mistério da morte de sua filha Faith e o retorno da ex-pastora Grace (Merle Dandridge) ao seio familiar depois de 20 anos afastada, com o intuito de investigar os motivos do falecimento da irmã.
A volta de Grace para Memphis é o que sacode toda a estrutura do local. Aos poucos, são revelados os motivos dela ter ido embora há duas décadas e como isso está intimamente ligado ao suicídio de Faith. Além das duas filhas, os Greenleaf tem uma caçula aparentemente muito bem casada e um único filho homem, que vive problemas em seu matrimônio. Todos eles moram na mesma luxuosa mansão.
Aliás, tudo o que envolve a família é luxuoso: além da residência, as salas pastorais, as roupas e o próprio lugar do culto são suntuosos. Tudo isso é fruto da força e influência que a Igreja Calvary exerce na região, tanto é que o poder público recorre à instituição quando precisa “livrar a barra” de um policial que matou um menor de idade durante uma operação.
O Bispo James tem como seu braço direito o cunhado Robert ‘Mac‘ McCready (Gregory Alan Williams). É ele quem cuida das contas e das relações que os Greenleaf mantém com os Poderes Executivo e Legislativo, que ameaçam iniciar uma investigação para descobrir qual o destino dos dízimos e doações. A trama mostra como esse jogo de interesses funciona internamente.
Mas quem dera esses fossem os únicos problemas do clã. Dentro de casa, eles convivem com questões controversas para o meio evangélico: traição, abusos sexuais, pedofilia, divórcio, homossexualidade, crises de meia idade e outros elementos entram em cena pra abalar a estrutura de uma família que precisa parecer perfeita.
Nesse cenário, a produção constrói uma narrativa extremamente atraente, capaz de prender o espectador do primeiro ao último episódio – deixando um gostinho pra segunda temporada. Quem conhece um pouco dos bastidores de uma Igreja vai conseguir se identificar um pouco mais com os cargos e interesses em pauta.
O drama tem um elenco de respeito, com os vencedores do Emmy Keith David e Lynn Whitfield, além de Merle Dandridge e da própria Oprah Winfrey, que interpreta a irmã “rebelde” da matriarca. A atração ganhou status após ser lançada no Festival de Cinema de Tribeca.
Os 13 episódios da primeira temporada de Greenleaf estão disponíveis na Netflix. A segunda temporada já é exibida nos Estados Unidos, mas ainda não há previsão de chegar ao Brasil.