Os românticos que me perdoem, mas não sabem a delícia que é amar à vigésima quinta vista
Eu nunca fui uma admiradora de olhos claros. Não que eu choraria todos os dias se os meus fossem verdes ou que deixaria de te admirar se os seus fossem azuis. Mas é que sempre preferi desvendar os mistérios que um bom par de olhos castanhos guardam.
Demorei algumas semanas pra perceber que os seus olhos, meu amor, são os mais bonitos que os meus já cruzaram nessa vida. Talvez por eles se apequenarem sempre que seu sorriso largo resolve aparecer e só se arregale quando você, prepotente, se enche de razão. Talvez, porque eles sejam fiéis escudeiros que não entregam, nem sob juramento, seus sentimentos. Ou até por eles serem calmos demais perto dos meus – sempre inquietos, curiosos e confusos. Não sei. De certo, mesmo, só o agradecimento por não ter sido amor à primeira vista.
Os românticos que me perdoem, mas não sabem a delícia que é amar à vigésima quinta. À décima garrafa de cerveja. À sétima dedicação. À quinquagésima troca de sorrisos.
Esses, não sabem o frio que dá na barriga quando um par de olhos castanhos passam a deixar o dia mais azul. Assim, do nada. Em um piscar de olhos. Não sabem como o mundo, meu amor, de repente fica mais bonito, só por vê-lo refletido por esse teu espelho caramelo.
E é por isso que eu os divido com o resto da humanidade. Eles merecem e precisam conhecer tudo o que há de mais bonito por aí. Vá. Veja as cores desse mundo afora. Mas não se esqueça, meu amor, de voltar. É preciso me lembrar, vez ou outra, de como é maravilhoso viver sob o teu ponto de vista. O mais bonito que já vi nessa vida.