Crítica do Crônicas: Que Horas Ela Volta?
Antes de qualquer coisa, lembre dos seus hábitos diários. Quantas pessoas ficam invisíveis aos seus olhos? Quais dos preconceitos da sociedade já se tornaram tão comuns que nem te causam mais indignação?
Se possível, faça essa reflexão antes de assistir “Que Horas Ela Volta?”, mas se não conseguir, o filme vai te fazer pensar nisso.
Já ouvi muita gente dizendo que ainda não assistiu o longa porque não gosta de Regina Casé, mas aconselho: não deixe de ver o filme por conta da antipatia pela apresentadora do Esquenta. Muito pelo contrário. Afinal, não foi por acaso que Regina dividiu com Camila Márdila, que interpreta sua filha em “Que Horas Ela Volta?”, o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Sundance.
O longa, dirigido por Anna Muylaert, é filmado de um jeito não muito convencional. Na maioria das cenas, a câmera fica parada e sem cortes. Os personagens são sutis e todos muito bem interpretados. É um drama capaz de fazer sorrir. O enredo não é forçado, não é uma história de cinema. É uma história familiar, comum e por isso conduz o espectador à reflexão.
“Que Horas Ela Volta?” foi o filme brasileiro de 2015 indicado ao Oscar, mas ficou de fora de uma lista prévia com nove nomes divulgada pela Academia em dezembro.
Apenas cinco meses depois de sua estreia no cinema, o longa será exibido em TV aberta, pela Globo, nesta segunda-feira (11) à noite.
Sinopse:
Depois de deixar a filha no interior de Pernambuco e passar 13 anos como babá do menino Fabinho em São Paulo, Val tem estabilidade financeira mas convive com a culpa por não ter criado sua filha Jéssica.Às vésperas do vestibular do menino, no entanto, ela recebe um telefonema da filha que parece ser sua segunda chance. Jéssica quer apoio para vir a São Paulo prestar vestibular. Com alegria e ao mesmo tempo apreensão, Val prepara a tão sonhada vinda da filha, apoiada por seus patrões. Mas quando Jéssica chega, a convivência é difícil. Ela não age dentro do protocolo esperado para ela, o que gera tensão dentro da casa. Todos serão atingidos pela autenticidade de sua personalidade. No meio deles, dividida entre a sala e a cozinha, Val terá que achar um novo modo de vida.
Trailer: