2ª temporada de Loki provoca Scorsese em episódio mais ou menos
A turma está completa. O segundo episódio desta segunda temporada de Loki já mata a vontade do público ao juntar Loki (Tom Hiddleston), Mobius (Owen Wilson) e Sylvie (Sophia DiMartino) novamente. Assim como o primeiro capítulo, Breaking Brad (pegou mais essa referência, leitor?) começa frenético e pisa no freio, de novo, no meio do caminho.
Foi empolgante ver Loki usando novamente seus poderes para capturar Brad Wolfe/X-5 (Rafael Casal), além das indicações de que Loki não é um herói, mas sim um vilão. É isso que queremos ver, dona Marvel. No máximo um anti-herói, mas não um Loki do lado dos mocinhos.
Mas, infelizmente, parece que a Casa das Ideias está decidida em transformar Loki em uma pessoa de coração puro. Ele acaba sendo a voz da razão em diversos momentos do episódio, dando até uma certa lição de moral em Morbius. Tão frustrante que nem por um momento fui convencido de que Loki faria mal à X-5 durante o interrogatório, enquanto tentava tirar a informação de onde estava Sylvie.
Ao encontrarem a variante feminina de Loki, o grupo descobre que a general Dox (Kate Dickie) estava explodindo todas as ramificações do tempo, matando bilhões de pessoas.
Em uma luta que durou a mesma quantidade de tempo que eu segurando um ônibus lotado em uma descida, Loki, Sylvie e Mobius conseguem impedir os planos de Dox, em partes. E a detenção da general foi típica de um episódio de Scooby-Doo, com uma atuação e uma linha de roteiro tão ruim que por pouco ela não disse “eu teria conseguido se não fossem essas crianças intrometidas e esse cachorro idiota”.
No final das contas, Sylvie volta para sua vida como antendente do McDonald’s (o que a lanchonete deve ter gasto com toda essa propaganda, hein?) em uma linha de tempo que, convenientemente, não foi destruída.
Só pra não dizerem que eu só reclamei, temos mais de OB nesse episódio, e a aparição de Ke Huy Quan sempre arranca um sorriso no rosto. Impressionante o carisma que tem esse homem.
Alô, Scorsese
O segundo episódio ainda dá uma leve cutucada no cineasta Martin Scorsese, que tem se dedicado bastante em criticar as obras de super-herois, ao dizer que elas “não são cinema”. Em certo momento da série, Brad Wolfe/X-5 tenta explicar sobre seu filme para Morbius e diz que aquilo que ele fez era… cinema. Sutil, mas certeiro.
Independentemente do lado que você está nesta guerra civil, é importante salientar que o vencedor do Oscar de melhor direção com Os Infililtrados e também diretor de Taxi Driver, Os Bons Companheiros e Lobo de Wall Street tem uma parcela de razão na crítica, apesar de exagerada. A fórmula Marvel anda desgastada, mesmo com um grande fã-clube ainda ativo, e Loki tenta, com louvor, devo admitir, reconquistar o público e acertar algumas arestas soltas em todos esses anos de aventuras.
A série tem potencial, apesar de alguns deslizes, e eu sigo esperançoso com dias melhores. Vamos aguardar o episódio 3, que estreia às 22h (horário de Brasília) de 19 de outubro.
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