Canal de TV no Equador é invadido por criminosos
O canal de TV estatal TC Televisión, do Equador, teve a sua sede em Guayaquil invadida por criminosos armados nesta terça-feira (9). Por volta das 14h (horário local, 16h no horário de Brasília), a emissora foi invadida por homens encapuzados portando fuzis e granadas. Ao vivo, os bandidos mandaram os funcionários ficarem deitados no chão com as mãos na cabeça. Alguns vídeos começaram a circular nas redes sociais na última hora, com cobertura da imprensa em tempo real.
De acordo com informações preliminares, são ao menos 10 criminosos ocupando o prédio do TC Televisión. Um deles chegou a apontar um fuzil no pescoço de um apresentador da TV. A transmissão do momento de terror ao vivo durou aproximadamente 15 minutos. Na faixa das 14h30, foram ouvidos tiros e pessoas gritaram pedindo que não atirassem.
A Polícia Nacional do Equador, via Twitter (ou X), avisou que havia deslocado unidades para atender a “emergência”. “Dada a entrada de criminosos nas instalações de um meio de comunicação em Guayaquil, nossas unidades especializadas estão mobilizadas no local para atender a esta emergência”.
O jornal equatoriano Primicias informou que os policiais entraram no prédio às 14h45 (horário local), salvando alguns profissionais presentes. Um primeiro grupo de pelo menos 20 trabalhadores terminou evacuado pela polícia.
Segundo reportagem ao vivo da Teleamazonas Equador, um helicóptero sobrevoava o prédio da TC Televisión durante a tarde. Havia fumaça e vários policiais uniformizados cercando o perímetro. Outras emissoras da cidade decidiram dispensar funcionários.
Pedido de socorro
Através de grupos de WhatsApp, funcionários da TC Televisión pediram socorro enquanto a invasão dos bandidos acontecia. “Socorro, querem nos matar”, compartilhou um apresentador ao pedir ajuda à polícia. Informações preliminares davam conta que os criminosos tinham deixado uma banana de dinamite na recepção da emissora, localizada na avenida de las Américas, em Guyaquil.
Estado de exceção no Equador
O presidente do Equador é Daniel Noboa, de 36 anos. Na segunda-feira (8), o país decretou estado de exceção. O decreto 111 aconteceu após a fuga de Adolfo Macías, também conhecido como Fito, chefe da maior quadrilha criminosa equatoriana de um presídio em Guayaquil.
O estado de exceção permite às forças de segurança do país realizarem buscas em residências e automóveis a um raio de 1 km de presídios. Dentro dos centros de detenção, estão suspensos os direitos de inviolabilidade de correspondências e de reunião.
Um ponto importante: o canal TC Televisión tem como sócio controlador o Estado do Equador.
Presidente baixa novo decreto
Após o ataque à rede de televisão, o presidente Daniel Noboa emitiu outro decreto, desa vez para declarar conflito armado interno a nível nacional e ordenar às forças militares que neutralizem os grupos. Além de declarar 22 grupos do crime organizado transnacional como organizações terroristas e atores beligerantes não estatais. As informações foram publicadas pelo site El Universo.
Os grupos são: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Máfia Trébol, Patrones, R7, Tiguerones. “Ordenei às Forças Armadas que realizem operações militares para neutralizar estes grupos”, acrescentou o presidente.
De acordo com o jornal argentino La Nación, com informações de agências de notícias, sete policiais foram sequestrados em Machala, Quito e na província de Los Ríos (sudoeste) nesta terça. Houve também explosões contra uma delegacia, a casa do presidente do Tribunal Nacional e veículos incendiados. Não há relatos de mortes.