Zé, essa é daquelas mulheres que você só encontra uma vez na vida
Ô, Zé, tive tantas mulheres. Conheci algumas que tinham tudo o que eu sempre quis, sabe? Passei, também, por aquelas que fazem cê esquecer todas as outras. Ah, como elas eram boas. Mas tem aquela, Zé, que foge de tudo aquilo que cê já viu. Reparou que tá no singular, né? É que, feliz ou infelizmente, a gente só encontra uma vez na vida.
Ela, geralmente, tem o maior medo desse negócio de ser normal, sabe? Cê vai inventar zilhões de desculpas e mil e um defeitos pra tudo dar errado. Ela é muito confusa e ciumenta. Muito quente, indecisa e impaciente. Perdida, sumida e carente. Mas quando ela ri, Zé, daquele jeitinho tão doce, cê imagina teus filhos. Aquele sorriso acalma uma tempestade. Tô falando, aquela mulher é flor, espinho e pedra.
E ela vai. Vai, porque não sente obrigação de ficar. Como quem diz que durou só enquanto tava sendo bom. Zé, você num sabe como é experimentar um abraço sem amor depois dela. Cê vai aprender a amar insultos quando conhecer o silêncio dessa mulher. Vai implorar por algo ruim depois de descobrir o que é incerteza. Você só vai sentir falta quando perceber que a vida sem ela fica desbotada. Aí, acredite, Zé, cê vai pedir, baixinho, pelos dias de meia-presença. Vai implorar pela demora dela, contanto que ela chegue.
Por isso, reza. Reza bastante. Pede para que não apareça ninguém que a faça perder o compasso, Zé. Fala pra ela que ela foi um sonho dos bons, que mudou o acorde e o tom da tua vida. Pede pra ela voltar enquanto há tempo, mesmo que o futuro seja de incerteza e que não haja nada duradouro prescrito pr’essa vida. Toda história de amor é bonita, mas com essa mulher, Zé… Ah, com essa mulher essa história vai ser a tua favorita.