Sobre amor, matemática e um punhado de frases de efeito sem efeito algum

Há pouco, escutei o Nando Reis cantando que guardou um amor que nunca soube dar. Acho que esse meu amor ainda está guardado. Amar eu já amei. Amo ainda. Não dá pra viver sem amor. Família. Amigos. Lugares. Experiências. Só sou o que sou por não ser só.

Só que não sei se já amei como manda o figurino. Digo amar do verbo me apaixonar. Ok, eu já me apaixonei. Mas na maioria das vezes – pra não dizer que foram todas e parecer exagerado – a paixão ia e não voltava. O tal do amor não correspondido. Também me vieram paixões que eu não pude devolver na mesma medida.

O amor desproporcional não preenche o vazio de quem ama pela metade e tira, sem dar retorno, de quem ama além da conta. É uma conta que não fecha. São fatores que alteram o produto.

Amor X nada é igual a zero. Amor inteiro X meio amor é menos amor.

Amor não é matemática, mas só é bom mesmo quando soma. Funciona quando está disposto a dividir problemas e soluções. Dá certo quando a multiplicação resulta num produto maior que qualquer um dos fatores. Se for pra subtrair, já basta a minha conta bancária. Menos com menos é mais? Há controvérsias!

Tem amor que aparece numa fração de segundos. Porém, existe amor que é o delta da fórmula de Bhaskara, de tão difícil que é pra ser descoberto.

Não tô amando, mas tô querendo amar. Só que eu não sei qual é a dela. Não conheço sua matemática pra saber se vai dar química. Em todo caso, já fiz uns cálculos. Coloquei x e y na operação. Elevei ao quadrado e ao cubo. Equacionei em primeiro e segundo grau. Igualei tudo a zero pra não criar expectativa.

Se nada der certo, fico frio. Calculista, não.