Autoconhecimento requer pausa, silêncio e pequenas doses de solidão

O carnaval acabou, março já está quase na metade e só agora consigo me dar conta do quanto as coisas mudaram por aqui. Terminei a faculdade. O sonho de uma vida que veio seguido de um grande período de inércia. Sim, já passou o carnaval e o que tenho feito? Esperando. Sentindo. Pensando. Sentindo.

Sentindo tudo com muita intensidade. Tudo aquilo que precisei abdicar nos últimos anos por conta da rotina quase enlouquecedora de trabalho, estágio, faculdade, relacionamentos e planos. No meio de tudo aquilo eu me deixei de lado, para poder aproveitar uma noite com os amigos, alguns beijos daquele cara, o tão temido trabalho de conclusão de curso e as diversas horas no trânsito casa/trabalho/faculdade.

Eu não me permitia sentir, pensar ou viver nada fora daquele mundo. E agora, cá estou: completamente fora dele em meio a uma avalanche de sentimentos.

Enquanto antes não havia tempo, hoje há de sobra. Os dias passam e eu mal percebo. A dificuldade de organizar as coisas internamente é a parte mais difícil, mas é daí que surge o início de um novo ciclo. O do sentir.

Permitir sentir. Perceber e sentir. Pensar e sentir. Acreditar! Permitir observar a mim mesma e notar que “moça, que bela mudança aconteceu, você está sendo você agora”. O sentir assusta, nos mais diversos graus e aspectos, e carrega algo tão revolucionário, capaz de transformar tudo: o autoconhecimento.

Pude perceber que eu não gosto de almoçar antes do meio-dia e que meu leite precisa estar sempre gelado. Que o silêncio nem sempre é vilão e que ter momentos à sós é muito bom. Sei hoje que a necessidade do sentir é terapia interna, algo tão particular e único que não deveríamos nos recusar a conhecer.

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