3%: tudo o que você precisa saber sobre a primeira série brasileira da Netflix

A primeira série sul-americana da Netflix é brasileira! “3%”, que estreia mundialmente no próximo dia 25 de novembro, é um thriller futurístico que retrata um mundo dividido entre progresso e devastação. A única chance de deixar o Continente (país arrasado) e migrar para o Mar Alto (ilha tecnológica, onde nada falta) é um processo cruel – e nem sempre justo – onde somente três por cento dos candidatos são aprovados.

A história começou a ser escrita em 2009 pelo então estudante de cinema da USP Pedro Aguilera, que havia lido os clássicos Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, e1984 (1949), de George Orwell, e decidiu fazer um roteiro que ligasse o totalitarismo da literatura com a angústia juvenil. Depois de ouvir muitos “nãos” de vários canais pagos, os criadores tiveram o projeto comprado pela Netflix, que gostou do que viu na versão amadora do YouTube.

Os valores da produção pelo serviço de streaming não foram divulgados, mas uma apuração feita pelo jornal Folha de S.Paulo aponta que o orçamento está na casa dos R$ 10 milhões. Comparando, estima-se que a a Netflix gaste 20 vezes mais em uma temporada da série inglesa The Crown.

No elenco, destaque para os atores João Miguel (“Estômago”), que faz uma espécie Pedro Bial que aparece em telas gigantes e dita as regras das sociedade, e Bianca Comparato (“Avenida Brasil”), uma maltrapilha que está em meio ao Processo, prova por qual passa todo jovem ao completar 20 anos, para decidir se continua no ambiente miserável do Continente, ou se ascende para o Mar Alto, local onde tudo parece ser bem melhor.


A direção é do uruguaio César Charlone, que já foi indicado ao Oscar pela fotografia deCidade de Deus. De acordo com Charlone, “em última instância, a série traz à tona questões sobre a dinâmica da sociedade que impõe constantes processos de seleção pelos quais todos nós temos que passar, gostemos ou não”.

Em uma entrevista ao AdoroCinema, Charlone explica por que 3% tinha que ser no Brasil. “A gente tem uma mistura de elenco de vários estados. Não nos preocupamos com sotaque, em neutralizar nada. Mas o que eu mais sinto de mais brasileiro é essa discrepância econômica. Para mim, isso é a série. Todos estão ali batalhando. Mas o mundo, o que a gente chama de “lado de cá” ou Continente, é o Brasil. A gente exagera, romanceia um pouco, mas no fundo é o que é: pobreza”.

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