Especial OSCAR 2018 | O Destino de uma Nação

Vencedores do Oscar 2018: O Destino de Uma Nação

É um desafio contar a história de uma figura real através do cinema. A falta de verossimilhança, os recortes temporais e a humanização de certas personagens históricas são fatores que, normalmente, podem ser fatais para uma cinebiografia.
O Destino de uma Nação conseguiu reunir exatamente essas características e, de uma maneira surpreendente, elas foram fundamentais na composição da obra cinematográfica. Graças a esses fatores, a película da Focus Features vem para maravilhar o público pela qualidade artística  e por uma ter didática histórica muito bem produzida – além das inacreditáveis atuações. 

Winston Churchill (interpretado pelo brilhante Gary Oldman) é nomeado Primeiro Ministro inglês – maior cargo político do Reino Unido – durante um dos momentos mais tensos da história: a expansão massacrante liderada pelos nazistas. Do momento da posse no cargo até o sucesso da Operação Dínamo, a sua palavra de ordem será sempre resistência. Churchill está determinado a lutar até a morte para reverter o aparente – e fatal – destino britânico, mesmo que tenha que fazê-lo sem o apoio do Parlamento.

A escolha de Anthony McCarten – que também roteirizou A teoria de tudo, de 2014 – foi perfeita. O recorte temporal deu ao filme uma linearidade extraordinária e possibilitou que a costura entre os fatos fosse precisa. A contagem dos dias e acontecimentos no turbulento intervalo de tempo permitiu que a biografia não se perdesse ou deixasse furos no roteiro. Além disso, foi esse mesmo período histórico que viabilizou um retrato mais humano para o carrancudo e ríspido Sir Winston Churchill – além da belíssima atuação de Oldman. 

A direção de Joe Wright (Orgulho e preconceito, de 2005, e Desejo e reparação, de 2007) é um outro fator de impacto. Com uma clara inspiração artística em seus filmes – em especial nos baseados em clássicos da literatura – e no diretor inglês David Lean (Lawrence da Arábia, de 1962, e Doutor Jivago, de 1965), Wright faz de seus planos e sequências uma verdadeira obra de arte que cria uma atmosfera de contemplação quadro a quadro. Fora isso, a história sobre Churchill é protagonizada por uma magnífica fotografia feita pelo premiado Bruno DelBonnel (O fabuloso destino de Amélie Poulain, de 2001, e Inside Llewyn Davis – Balada de Um Homem Comum, de 2013) e pela grandiosa trilha sonora feita por Dario Marianelli, velho parceiro de Joe Wright.

O Destino de uma Nação é uma aula sobre a vida política e as dificuldades enfrentadas por Churchill ao tentar contornar um dos momentos mais sombrios da história humana. O longa fará com que a visão sobre o Primeiro Ministro da Inglaterra mude! 

+ VEJA A LISTA COMPLETA DE INDICADOS AO OSCAR 2018

 

O DESTINO DE UMA NAÇÃO

6 INDICAÇÕES AO OSCAR:  Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Penteado e Melhor Design de Produção (Direção de Arte).

GARY OLDMAN e o elenco

Com o trabalho de Gary Oldman, não restam dúvidas quanto à capacidade de atuação desse gigante das telonas que deleita o público com seu talento. Quem sabe o papel de Churchill será aquele que vai conceder a Oldman o Oscar de “Melhor Ator”. Ao seu lado, ainda temos o trabalho cênico poderoso da magnífica Krinstin Scott Thomas (Quatro casamentos e um funeral, de 1994) e de Ben Mendelsohn (Parceiros de Jogo, de 2015) – que encarnou o rei George VI – e ainda a presença da promissora Lily James (Baby Driver, de 2017) que, mesmo tendo um papel bem modesto, consegue mostrar sua qualidade como atriz.

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Estudante de jornalismo curioso e apaixonado por história. Cinéfilo de carteirinha que ama o universo da sétima arte e deseja sempre estar ainda mais imerso nesse mundo.
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